sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

A CENSURA X CENSURA

A imprensa brasileira autêntica, mesmo aquela, por uma ocasião ou outra não obteve a sua alforria, sofreu duros golpes, nas décadas passadas, ao exercer verdadeiro oficio. Hoje ‘’todas’’ com o seu passaporte, tem conquistado a maior liberdade e a independência. O seu funcionamento baseia-se na prestação de serviços públicos, através da concessão do estado.

Propor a censura nos meio de comunicação, tem sido o grande dilema no nosso País. Entre os benefícios realizados através da imprensa e a existência de perversidades , seria como ter que separar o joio do trigo.

Importante ressaltar os esforços e a capacidade de uma desmedida utilidade que a impressa poderá exercer em prol da espécie humana e toda a sua população. Infelizmente, temos uma outra face, que tem realizado silenciosos massacres, privilegiando interesses, e por muitas vezes, deturpando os princípios éticos e a moral.

Numa terra sem lei, fica bastante difícil distinguir o mocinho do bandido, perde-se a racionalidade, revigora-se os instintos, acabam prevalecendo a lei dos mais fortes.

Mudando um pouco de assunto, gostaria de fazer um pequeno comentário a respeito das novelas sob às influências que exercem sobre a vida das pessoas.

Desculpe-me por não ser um escritor, psicólogo ou analista, mas podemos perceber como as novelas, o novelo que se desenrola por vários capítulos, com a duração aproximadamente de 5 a 9 meses, como a história se repete há vários anos, contada por diferentes pessoas, ou seja, diferentes ‘’autores’’.

Admitimos que o Brasil possue grandes talentos, através dos seus importantes artistas. Ocorre que, quando o telespectador perde alguns capítulos por alguns dias, semanas, não tem muito do que se preocupar, pois a história tem sido praticamente a mesma, mesmo que se tenha ocorrido naquele ano as mudanças de personagens. Temos quase sempre uma mesma narrativa. Naturalmente, as partes nobres dos fios que se desenrolam, terão o seu desfecho, na parte final.

Tal fato tem sido percebido pelo público, apesar de o ter encontrado poucas outras opções nas programações dos cais de televisão. Mesmo assim existem aqueles que à apreciam muito, estão acostumados a verem os mesmos filmes, invariavelmente apertam a tecla reprise de seu vídeo, para assistirem o mesmo conteúdo. Assim ocorrem com as novelas brasileiras, quase sempre apresentam as repetidas cenas de ciúmes do casal, alguém que rouba o namorado(a) do outro, o primeiro beijo, os mesmos dramas, maldades e sabotagens que costumam aparecer nas fábricas, residências luxuosas, escolas, etc. , planejados por uma pessoa má e o seu comparsa. Armam tudo, nesse meio tempo, conseguem arruinar a vida de quase todo o mundo, de vez em quando cometem alguns deslizes, ganham algumas bofetadas e apesar das evidências de suas crueldades, são considerados inocentes, até que se provem o contrário. Estão sempre conseguindo se safar. Nos últimos capítulo são desmascarados e quase sempre recebem um tiro e morrem.

Duro é ser o galã, sempre curtindo as várias paixões. E, um romance especial, que vive entre tapas e beijos. No final volta para os braços de sua amada, a estimada princesa, conforme deveria ser eleita pelo público, para que pudessem viver felizes para sempre.

A novela realmente tem sido um entretenimento e apresenta o lado romântico. Porém explora muito a sensibilidade do povo brasileiro. Depois de tantas lutas, e verem os seus direitos negados, em meio a tantas indiferenças, a pobreza, o descaso e aflições, no dia-a-dia, chega o momento inesperado , que parece mágico e anestésico, para viver ilusões e fantasias oferecidos através das novelas, mas que persistem a mesma ferida, na vida dos brasileiros, após cada capitulo.

Os canais de televisão realizam grandes disputas para manterem lotada as suas arenas. Estão sempre emitindo opiniões sob os aspectos religioso, espiritual, moral, sob uma forma bastante pessoal , além de incutir em sua programação, meios, mecanismos, com objetivos de determinar as vontades da maioria da população.

O que está em jogo é a realização de uma grande lucratividade. Se esforçam para garantir os espetáculos do circo, e jogar as responsabilidades do governo, em oferecer lhes o pão.
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Difícil descordar que a existência das depressões nos jovens (conflitos de valores), a conturbada prática do sexo na adolescência, o consumismo e outros malefícios, não estejam condicionados, sob as influências da televisão. E ainda que não o pudessem ser, existe a grande omissão, por não trabalharem os importantes valores, os valores da família. Porém torna economicamente inviável para a televisão, por não ser um meio atrativo no mundo dos negócios. Seria como apoiar e incentivar clínicas de recuperação à população de dependentes químicos, pelo próprio tráfico, que deixam dependentes o seu público.

A verdade muitas vezes soa como um eco até as pessoas, sem que as percebam que o perigo possa estar se aproximando, com maiores proporções.

As injustiças, as desigualdades sociais ,o desrespeito dos valores humanos, alimentam o crime organizado, a violência, e a prostituição.

Um pais que reúne todas às condições de se tornar extremamente rico, e que vive na pobreza, é porque alguém está se apropriando desta riqueza. De uma certa forma, a imprensa por atos e ou omissão, se torna cúmplice desta realidade calamitosa.

Ultimamente tenho surpreendido com a radiografia das importantes novelas brasileira. Ao perceber alguns pontinhos em evidência, como se estivessem descobrindo os primeiros raios X, por apresentarem no seu conteúdo, preocupações com as questões ambiental,social, valores da família, a discriminação racial. Por sua vez tem sido bastante aplausível, embora houvesse pequeninas partes que lhes foram reservadas, para se ter uma modalidade inovadora de novelas.

É notório o grande poder de influência que a imprensa exerce sobre às pessoas, seja ela: escrita, radiada, televisiva. Quando desvirtuam do seu papel, poderão causar enormes danos aos cidadãos e ao país.

Temos que fazer justiça,oferecer a honra aos merecidos profissionais da imprensa, por exercerem em sua profissão, a legitima vocação.

Não se trata de censurar a imprensa, mas é preciso criar uma forma de acompanhamento e avaliação coordenada por representantes de agências de comunicação, lideranças formadora de opinião, para que os princípios éticos e morais sejam preservados.

Joel Lima
Coluna-MG